Atentado terrorista em Almada

João M. Qui Nov 26, 2009 11:39 pm

Documentos mantidos em sigilo pela PJ revelam que a Al Qaeda, organização terrorista de Osama Bin Laden ordenou a execução de um atentado em Portugal. O alvo da acção seria a estatua do Cristo-Rei, em Almada. De acordo com informações obtidas, a ordem de Bin Laden decorreu do ódio que o saudita nutre por simbolos monumentais católicos. Demolidor de idolos e iconoclasta como os talibãs que explodiram estatuas de Buda no Afeganistão, ele destacou dois mujahedins para o sequestro e uso de um avião que seria lançado contra a estatua "simbolo dos infieis cristãos". Os registos da PJ dão conta de que os dois terroristas chegaram ao aeroporto da Portela em 4 de Setembro, domingo às 21h47m no vôo da Air France procedente do Canadá. A missão começou a sofrer embaraços logo no desembarque, quando a bagagem dos dois foi extraviada. Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichés e dificuldades de comunicação em virtude do inglês fortemente marcado por sotaque árabe, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionarios da TAP a voltar no dia seguinte, acompanhados por um intérprete. A PJ investiga a possibilidade de eles terem apanhado um táxi pirata na saida do aeroporto, pois o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou uma hora e meia dando voltas com eles pela cidade até deixa-los num lugar ermo junto à Cova da Moura. Aí, acabaram por ser assaltados e espancados por um grupo de toxicodependentes. Os dois conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondidos em cintos proprios para o efeito e apanharam boleia num camião que fazia distribuição de gás. Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treino de guerrilha que receberam nas cavernas do Afeganistão e nos campos minados da Somália, conseguem chegar a um hotel no Estoril. Alugaram um carro na Avis e voltaram ao aeroporto, determinados a sequestrar um avião e atirá-lo bem no meio dos braços abertos do Cristo-Rei. Enfrentam um congestionamento monstruoso na 2a circular e ficam mais de 3 horas bloqueados no Campo Grande por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve, e junto da Av. do Brasil são-lhes roubados os relogios por um gang da Zona J. Às 12h30m resolvem ir para o centro da cidade e procuram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares. Recebem notas de 100 euros falsas. Por fim às 15h45m chegam ao aeroporto para sequestrar um avião. Os pilotos estão em greve por maiores salários e menos horas de trabalho. Os controladores de vôo também pararam (querem equiparação aos pilotos). O unico avião na pista é da Air Portugália, mas está sem combustível. Tripulações e passageiros estão acantonados na sala de espera e nos corredores do aeroporto, gritando slogans contra o governo. O batalhão da Policia de Choque chega batendo em todos inclusive nos terroristas. Os árabes são conduzidos à Esquadra da PSP do aeroporto, acusados de tráfico de drogas, em face de flagrante forjado pelos proprios policias que "plantaram" papelotes de cocaina nos bolsos dos dois. Às 18h aproveitando uma manifestação dos guardas prisionais clamando subsidio de risco, eles conseguem fugir da prisão no meio da confusão e do tiroteio das brigadas anti-motim que tinham sido destacadas para o local pelo Ministro da Administração Interna. Às 19h05m os dois ainda ensanguentados dirigem-se ao balcão para comprar os bilhetes. Mas o funcionario que lhos vende omite a informação de que os vôos estão suspensos por tempo indeterminado. Eles então discutem entre si: começam a ficar em duvida se destruir Lisboa no fim de contas é um acto terrorista um uma obra de caridade. Às 23h30m sujos e mortos de fome decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sandes de queijo com limonadas. Só na terça-feira às 4h35m conseguem recuperar-se da intoxicação alimentar de proporções equinas decorrente da ingestão de queijo estragado usado nas sandes. Eles foram levados para o Hospital Santa Maria, depois de terem esperado três horas para que a ambulancia do INEM chegasse e percorresse varios hospitais da rede publica até encontrar uma vaga. No HSM foram atendidos por uma enfermeira feia e mal-humorada. Eles tiveram de esperar dois dias para serem examinados, por causa da cólera causada pela limonada feita com agua contaminada por coliforme fecal. Debilitados só tiveram alta no domingo. Domingo, 18h20m : os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio de Alvalade. O Benfica acabara de perder com o Sporting. A claque dos NO NAME BOYS confunde os terroristas com integrantes da JUVELEO e dá-lhes uma surra sem precedentes. O chefe da claque abusa sexualmente deles. ÀS 19h45m finalmente são deixados em paz com dores terriveis no corpo em especial na área proctologica. Ao verem uma roullote de venda de bebidas nas proximidades decidem embriagar-se uma vez na vida e comer umas sandes de couratos mesmo sendo pecado. Tomam um bagaço adulterado com metanol e precisam voltar ao HSM. Os medicos também diagnosticam gonorreia. Segunda-feira 23h42m: os dois terroristas fogem de Lisboa escondidos na traseira de um camião de electrodomésticos, assaltado horas depois na Serra da Musgueira. Desnorteados, famintos, sem poder andar ou sentar-se eles são levados por uma carrinha de apoio aos sem abrigo, organização ligada aos direitos humanos para a area metropolitana de Lisboa. Viajam deitados de lado. Na capital novamente deambulam o dia todo à cata de comida e por volta das 20h acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja na Rua do Coliseu, no centro. A PJ não revelou o hospital onde os dois foram desta vez internados em estado grave depois de espancados quase até à morte por um grupo de skinheds da Av. de Roma. Sabe-se que a PJ deixou de se preocupar e vigiar estes membros da Al Qaeda por considerar que as suas intenções foram desvanecidas e já não constituem qualquer perigo à integridade nacional, e até os está a ajudar tentando encontrar uma organização humanitária que lhes possa dar apoio para o regresso ao Afeganistão, isto tudo a pedido dos mesmos. Atenção tudo isto é ficção excepto os terroristas.