fomos o futuro

Jean Todt: "Os ralis no futuro deviam seguir o exemplo do anterior Rali de Portugal"

O presidente da FIA, Jean Todt tem-se desdobrado em várias entrevistas, onde se pronunciou relativamente aos temas da atualidade e futuro, especialmente da Fórmula 1 e dos ralis. Relativamente ao WRC, o homem forte da FIA está muito virado para um regresso ao passado, ou pelo menos, ao que de melhor se fazia nessa altura - a que ele próprio também pertenceu - nos ralis.




Provas de 'endurance' nos ralis? Quem se recorda do antigo Rali Safari sabe exatamente do que fala Jean Todt, mas não só. Para Martin Holmes, jornalista que há mais tempo acompanha o WRC: "Esta vondade do Sr. Jean Todt parece-me boa para os ralis, mas não deixam de ser um pouco estranhas, em termos políticos estas declarações, e as suas consequências.", referiu Martin Holmes, ciente que as marcas não estão nada interessadas em passar a gastar mais dinheiro, o que aconteceria caso os ralis passassem a ser muito mais longos.

A verdade é que para começar, no próximo ano, os ralis da Suécia e Argentina vão ter percursos bem mais extensos que a média dos que se correm este ano. Quando no início do Séc. XXI, David Richards e a ISC converteram o percurso dos ralis a 'trevos', as marcas gostaram muito, pois um parque de assistência central e especiais à sua volta era ouro sobre azul. Contudo, desta forma perderam-se, obviamente, troços míticos. O Monte Carlo para ter o Turini, que manteve, deixou de ter o Sisteron e o Burzet, qualquer coisa do estilo, em Portugal, optar entre Sintra, Fafe ou Arganil. Em Portugal, com a prova a rumar ao Algarve, perderam-se décadas de ligação dos adeptos aos famosos locais atrás referidos. É certo que a fama dos troços construiu-se ao longo do tempo mas para já não parece que Ourique ou Almodôvar consigam reunir tanto consenso, ao longo do tempo, como Fafe ou Arganil. Faltar-lhes-á sempre qualquer coisa.

Por isso, esta vontade de Todt, em fazer regressar provas mais extensas, deixa em aberto "novas oportunidades", que algumas organizações certamente não irão deixar de aproveitar. Em declarações ao jornal "A Bola", o presidente da FIA deu como exemplo o antigo Rali de Portugal: "Era uma prova fantástica, uma grande aventura, muito bem organizada pelo César Torres. Merece fazer parte do património do Campeonato do Mundo de Ralis. O público, sempre muito exuberante, criava um ambiente extraordinário. O formato da prova era também muito completo. Hoje em dia não há provas assim. Os ralis no futuro deviam seguir o exemplo do anterior Rali de Portugal, uma prova que exigia muito dos carros e dos pilotos.", referiu Todt ao jornal "A Bola".