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HISTÓRIA VESPA

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Mensagem  carecamaluco Ter Abr 27, 2010 12:52 am

------------------------------BREVE HISTÓRIA DOS MOTOCICLOS VESPA----------------------------------

[img]HISTÓRIA VESPA Anunciovespa1502791684 Uploaded with

-----------------------------------Piaggio Vespa Uma paixão para a vida------------------------------------

Cidadã do Mundo

Nascida no pós-guerra, a simpática Vespa tornou-se sinónimo da Itália e já vendeu 15 milhões de unidades
O mais europeu de todos os veículos de duas rodas nasceu na Itália para ser barato, funcional, económico, robusto e, claro, charmoso e elegante. Além disso, deveria também ser fácil de pilotar por todos, não sujar as roupas do condutor e ainda levar um passageiro... Ainda não sabe de que se trata? Uma dica que praticamente é a resposta: ele foi baptizado com o nome de um insecto, em alusão ao ronco de seu motor dois-tempos com ventoinha de arrefecimento, que mais parece um zumbido. Com essa dica, é impossível não saber a resposta: Vespa!
Enrico Piaggio presidia a empresa fundada por seu pai quando a Segunda Guerra Mundial acabou. Era tempo de Europa destruída física e financeiramente. A fábrica da Piaggio encontrava-se em ruínas, mas isso não intimidou Enrico, que resolveu deixar o campo aeronáutico em busca de um novo tipo de veículo, capaz de suprir a necessidade de locomoção básica da população.


Uma vez que as estradas estavam precárias e os italianos não tinham dinheiro ao perder a guerra, a solução era um veículo simples e económico. Na fábrica semi-destruída encontravam-se centenas de rodas de trem de pouso de bombardeiros (da bequilha, na extremidade traseira) e grande número de pequenos motores multiuso para lançamento desde aviões.
Então, a ideia básica da Vespa estava esboçada. Nas mãos de Corradino D'Ascanio (1891-1981), brilhante engenheiro aeronáutico que estava na Piaggio desde 1934, ela concretizou-se, apenas oito dias depois de Enrico ter dado a ordem a D'Ascanio de projectá-la.
[img]HISTÓRIA VESPA 1501956706966 Uploaded with ImageShack.us[/img][img]HISTÓRIA VESPA 150sidecar55707053 Uploaded with ImageShack.us[/img]


Com estepe e anteparo, um veículo conveniente e seguro. Até side-car foi adoptado na Vespa
A partir de sua larga experiência na engenharia aeronáutica, ele concebeu algo inédito até então em duas rodas. Para tanto, investigou os maiores inconvenientes que uma motocicleta causava aos seus proprietários e procurou corrigi-los no novo veículo. Nessa época as motos não eram populares por causa de tais problemas -- pneus furados e correntes frágeis.

Um estepe resolveria em definitivo o problema de ficar no caminho por causa de um furo em pneu. O garfo dianteiro prendendo a roda em apenas um lado facilitaria a troca do pneu, o mesmo acontecendo com a roda traseira, presa directamente ao conjunto caixa-motor -- um dois-tempos que seria uma peça única, compacta e dispensaria corrente de transmissão.

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Bom humor e belas mulheres, marcas da publicidade da Vespa na Europa

Ainda num toque de engenhosidade, os aros das rodas (de apenas 8 pol de diâmetro) eram constituídos de dois discos aparafusados entre si, o que facilitaria a desmontagem do pneu para conserto. Correntes para motos eram raras na Itália na época, razão para o uso da transmissão directa. Esta disposição, porém, fazia com que cerca de 70% do peso da motoreta estivesse concentrado do lado direito, gerando instabilidade.
Para corrigir a tendência de puxar para a direita (principalmente ao tirar as mãos do guiador), a roda dianteira ficava 8 mm à esquerda do eixo de direcção, de modo a gerar torque oposto ao ocasionado pelo centro de gravidade deslocado. Mesmo assim a Vespa padecia do seu desequilíbrio inerente. Atingindo um obstáculo na pista, como uma ondulação no asfalto, a tendência era descolar "torta", de difícil controle. Ainda bem que na época em que ela reinou não haviam inventado a lombada...
[img]HISTÓRIA VESPA 50motor754990 Uploaded with ImageShack.us[/img][img]HISTÓRIA VESPA Anuncioanos702755036 Uploaded with ImageShack.us[/img]


O motor montado junto à roda traseira dispensava a corrente de transmissão, mas seu peso concentrado no lado direito resultava em instabilidade.
À direita, "pense menor que um carro pequeno", convida a publicidade nos anos 70, tempo de economia de combustível.
Câmbio e embraiagem eram montados na manopla esquerda, para que os dois processos nas trocas de marcha não exigissem retirar a mão do guiador. Era eliminado também o pedal de câmbio das motos, que marcava e sujava o sapato. E a Vespa trazia uma solução para o comando de câmbio que hoje é alardeada pelos fabricantes de automóveis como inovação: cabos flexíveis, de aço trançado tipo Bowden.
Um escudo frontal protegia as roupas e o próprio condutor da chuva, poeira e do que fosse arremessado pela roda dianteira -- e também sua integridade física numa eventual queda. A estrutura era monobloco (como a de um automóvel) e trazia a seção central bastante baixa, facilitando a subida ao veículo, principalmente para mulheres e pessoas de baixa estatura. Mesmo mulheres de saia podiam conduzi-la.
Pronto o desenho, foram construídos os protótipos. As primeiras 15 Vespas deixaram a fábrica da Piaggio em abril de 1946. Seu motor de 98 cm³ tinha apenas 3 cv de potência a 4.500 rpm e velocidade final em torno de 60 km/h, bons níveis para a época e o tamanho do propulsor.
O câmbio tinha três marchas e o tanque de combustível comportava cinco litros de gasolina. O consumo girava na casa dos 40 km/l, marca bem-vinda numa época difícil como aquela. Uma característica marcante da Vespa 98, como era chamada, é que não havia assoalho entre o anteparo e o banco, mas duas placas separadas. As laterais traseiras salientes eram o provável motivo de se adoptar o nome do insecto.

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Acessórios como porta-bagagens e pára-brisas eram muito adicionados à motoreta. O motor de 125 cm3 e 4,7 cv de potência logo substituiu o inicial de 98 cm3 e apenas 3 cv

A Vespa logo caiu no gosto do consumidor e seu sucesso foi absoluto. Outros veículos foram criados utilizando a mesma proposta, mas não alcançaram o mesmo êxito que o original. Para tanto, a Piaggio não contou apenas com o carisma que o veículo obteve: montou uma completa rede de assistência técnica em todo o território italiano e proporcionou cursos na fábrica para mecânicos.
Além disso, o veículo tinha uma relação custo-benefício extremamente favorável. A Vespa chegava a qualquer canto da destruída Itália do pós-guerra gastando muito pouco -- podia ser usada em qualquer situação, sob qualquer condição. Ao final de 1949 já haviam sido produzidas mais de 35.000 unidades, um recorde para uma época tão conturbada.
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As versões GS, ou Gran-Sport, marcaram época, como esta GS 160 lançada em 1962. Observe a roda dianteira presa apenas pelo lado direito e as condições de "segurança" usuais na época...

Em 1948 uma nova motorização de 125 cm³ e 4,7 cv de potência era lançada, e com ela, algumas revisões tecnológicas que se encontram até hoje nos veículos em produção. A mais visível ficava por conta do assoalho em lugar das duas placas de apoio para os pés. Também eram adotados suspensão na roda traseira, pára-lama dianteiro e pequenas alterações na "carroceria". A velocidade máxima chegava a 75 km/h.
Cinco anos depois o motor era modificado, passando a 5 cv, e surgia uma versão utilitária com o farol mais elevado. O famoso modelo GS (Grand Sport) 150, mais esportivo, saía em 1955 trazendo estilo mais moderno, rodas de 10 pol, câmbio de quatro marchas e velocidade final de 100 km/h. Em 1962 chegava a GS 160, com 8,2 cv de potência e visual renovado.

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A família passeia unida, em Vespas de diferentes cilindradas, também nos anos 70. A imagem de liberdade e descontracção esteve sempre presente na propaganda da Piaggio.

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A versão Rally 200 chegou a ser vendida no mercado americano. Seu motor de 12,35 cv seria empregado no modelo brasileiro dos anos 80

A pequena versão de 50 cm³, a última desenvolvida por D'Ascanio, vinha em 1964. No ano seguinte aparecia a SS 180, de 10 cv, seguida pelas versões Super Sprint 90 (1966), Primavera 125 (1968) e Elestart 50, com motor de partida elétrico (1970). Finalmente, em 1978, a família PX -- com as versões de 125, 150 e 200 cm³ que estão em produção até hoje. O maior dos motores desenvolvia 12,35 cv e chegou a ser oferecido no mercado norte-americano, na versão Rally. Um câmbio automático foi lançado em 1984, sendo o manete de embreagem agora destinado ao freio traseiro.
Com o tempo, vários clubes de "vespeiros" surgiram para que os admiradores da Vespa fizessem passeios e trocassem informações sobre sua paixão italiana. Campeonatos esportivos também foram criados, onde os mais radicais punham a pequenina no limite.
A Piaggio tentou repetir seu êxito com scooters -- patinetes, em inglês -- modernos: a Cosa em 1987, a Sfera em 1990 e a mais recente ET4 125, em 1997. Apesar de práticos, são apenas mais modelos repletos de plástico em um mercado saturado de opções, sem a essência de sua antecessora.

-------------------------------------------------A Vespa no Brasil----------------------------------------

Um sucesso tão estrondoso não ficou restrito apenas à Itália. Na metade dos anos 50 a Vespa passou a ser produzida em países europeus como a Grã-Bretanha, Alemanha, França, Espanha e Bélgica. Poucos anos depois chegava à Indonésia e Índia. Em maio de 1952 a alemã Hoffmann já tinha mais de 100 concessionárias, mas a Piaggio assumia a fabricação naquele país cinco anos depois.
No Brasil a Vespa chegou importada nos anos 50 -- e logo fez sua fama. Uma de suas maiores rivais, a Lambretta, também veio e conquistou tamanho espaço que, ironicamente, passou a ser sinônimo para esse tipo de veículo entre muitos na época. Ou seja, no Brasil, a Vespa também era uma "lambreta"... A concorrente tinha, contudo, a vantagem do motor centralizado, para melhor distribuição de peso entre os lados.
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Depois de importada, a Vespa foi produzida aqui pela Panauto, que também fabricava o curioso triciclo utilitário Vespacar, para 360 kg de carga.

A Panauto S.A., empresa sediada em Santa Cruz, no antigo estado da Guanabara (hoje Rio de Janeiro), foi responsável pela produção nacional da simpática italianinha. Fabricou também um utilitário compacto: o Vespacar, um triciclo com rodinhas de Vespa, uma pequena cabine e um compartimento de carga. Apesar da aparente fragilidade, levava 360 kg.
Só em Setembro de 1985 a Piaggio, em parceria com as brasileiras Caloi e B. Forte, voltaria a produzir no País uma nova Vespa, em versão PX 200E. Resultado de quatro anos de estudos, era fabricada em Manaus, AM pela Motovespa do Brasil Ltda. A aparência lembrava a dos antigos modelos, mas o farol tinha linhas rectas e o painel trazia requintes como voltímetro e marcador de combustível.
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A PX 200E, lançada em 1978 na Europa, foi produzida no Brasil a partir de 1985 por um consórcio entre a Piaggio, a Caloi e a B. Forte. Chegou a ser a segunda "moto" mais vendida.

Com motor de 197 cm3 e 12,35 cv a 5.700 rpm, podia atingir 110 km/h segundo a marca. Outras versões se seguiram na linha 1987: uma básica, outra mais desportiva (GT) e a com motor de partida eléctrico (Elestart). Em todas, a conveniência do estepe na lateral esquerda e de um bom porta-luvas.
Seu sucesso foi grande: chegou a ser o segundo veículo de duas rodas mais vendido do país em 1986 e ameaçou seriamente a vice-liderança da veterana Yamaha. Entretanto, por motivos não esclarecidos até hoje e sem nenhuma explicação a concessionários e consumidores, a fábrica fechou e com ela foi-se a tradicional motoreta.
Em 1998 a Brandy firmou um acordo com a Piaggio e passou a importar da Índia a Vespa 150. Entretanto, o sucesso de outrora não se repetiu, talvez porque scooters modernos tenha recheado as lojas, as ruas e os corações dos adolescentes. O apelo nostálgico, que pouco representa para os mais jovens, não bastou para alavancar as vendas.
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Cosa, Sfera e esta ET4 125 foram as tentativas recentes da Piaggio, nos anos 90, de repetir o sucesso da Vespa. Mas são motoretas similares às muitas concorrentes e sem a essência do velho modelo.

A Vespa marcou uma época. Poucos veículos, de duas ou quatro rodas, atingiram os patamares de vendas -- cerca de 15 milhões -- e a notoriedade mundial que ela conseguiu. Era utilizada por pobres e ricos, tornou-se culto nas mãos dos atores americanos que filmavam na Itália e foi até "actriz"', como no antológico filme Candelabro Italiano (Rome Adventure), de 1962, com Suzanne Pleshette e Troy Donahue.
Com mais de 80 versões em pouco mais de meio século, foi um verdadeiro sinónimo da Itália, que por um longo período foi conhecida como o "país da Vespa". Surgiu até novo verbo na língua de Dante: vespizzare. Histórias não faltam sobre esse charmoso insecto de duas rodas.


---------------------------------------------- VESPA-PIAGGIO------------------------------------------------

------------------------------------UMA HISTÓRIA… CHEIA DE HISTÓRIAS!!!------------------------------


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